O corpo treme e o coração bate agitado enquanto a madrugada
avança com seu manto impiedoso da solidão e a tempestade lá fora contribui com assombrosos ruídos dentro da noite escura que faz projetar
sombras nas paredes nuas como fantasmas que assombram trazendo uma maldição aos
habitantes desta casa sombria nos arredores do nada envolvida por gigantescas
árvores que balançam ao vento provocando arrepios com o som de seus galhos a se
baterem freneticamente contra as
vidraças enquanto ela a tudo assiste num misto de medo e fascínio com sua boca
entreaberta de espanto quando escuta num sobressalto ao um estrondoso baque que
parece vir do quintal e paralisada de terror encolhe-se no canto da sala e lá
permanece a espera de algum acontecimento que justifique tal ruído fechando
seus olhos por um breve instante quando num arrepio sente algo roçar em sua
perna e sem coragem de abrir os olhos deixa escapar um grito aterrorizado
quando sente algo úmido em seus pés descalços e ao abrir seus olhos após um
longo esforço vê um par de olhos amarelados cravados nos seus e um som familiar
lhe soa aos ouvidos.
Ianê Mello
(29.01.13)
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(29.01.13)
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Fotografia de Manlarr.
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