Do
alto de minha janela
vejo
as ruas e seus transeuntes
tão
minúsculos vistos de cima
engolidos
por uma espiral caótica
em
seu ritmo louco e alucinado
tragados
pela imensa selva urbana
anônimo
que sou nesta engrenagem
entocado
em meu pequeno latifúndio nas alturas
vivo
um dia após o outro sem sobressaltos
impassivo
eu sigo sem expectativas
e
na lentidão das horas me perco
protegido
da convivência humana
isolado
em minha própria solidão
(06.08.16)