Pintura de Colette Calascione
Em quantas posso me transformar
para ser o que queres e te agradar?
Quantas mulheres devo ser
até que possas finalmente me ver?
Máscaras terei que usar
para conseguir te enfeitiçar.
Mulher de vários ardis
e de desejos tão febris.
Posso ser dama ou princesa
ou quem sabe baronesa
para o meu barão encantar.
Ser propriedade particular.
Posso ser cantora ou meretriz
e talvez, quem sabe, por um triz,
viver a vida na corda bamba
ou numa escola de samba.
Posso ser o que quiseres.
Posso ser até mulheres
em sua simples natureza
e nela encontrar beleza.
E tu o que podes ser
que agrades o meu querer?
Querer-me do jeito que sou
ou o que de mim restou?...
Ianê Mello
4 comentários:
Belo... sensivel... criativo.. feminino... apaixonante... ta qual poetisa...
Lindo! Amei esse poema. Só as mulheres conseguem em sua natureza se dividir em várias.
Pena é quando depois disso não se juntam mais.
Parabéns, poetisa. E a tela é linda.
Wagner...uhhhhhhhhhh!!!!!!!!!
Quanta alegria em aqui recebê-lo, meu amigo!
Obrigada pelo seu carinho.
Um beijo meu, amigo.
É, querida Larinha,
o grande problema é quando essa divisão não tem retorno e perde-se, por completo, a real identidade.
Boa leitura.
Grande bj.
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