segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eu, Você e a Louca





Não venha me dizer que a vida é fácil
Se você se contenta com migalhas, eu não
Almejo mais da vida do que uma simples passagem
As cordas do violão vibram ao toque do dedos
Quero sentir meu corpo vibrar ao toque de suas mãos
Quero sentir a brisa arrepiar minha pele
E o perfume da flor a exalar o ambiente
Somos tão diferentes
A linguagem que falo não é a sua
Nossas palavras se perdem no vazio
E sinto o amor naufragar
A vida para mim é luta, persistência
É composta de momentos de alegria
Mas sempre é maior a dor
Eu construo e amo a poesia
Você sequer a compreende
Muito menos como forma de expresão
Se a expressão é verbal
tudo o que digo é banal
e de somenos importância
Se parto para a atitude
não me submetendo às suas vontades
para expressar meu desagrado
você se considera ofendido
e estremamente ameaçado
reage com tal agressividade
que me faz querer acreditar ser eu 
a culpada  de tal desavença
Nesse momento me perco
Não sei mais que rumo tomar
e o animal que em mim habita,
como em qualquer ser humano,
luta em se manifestar
Aí pior ainda fica
Sou considerada louca
descontrolada e maldita
Você o bom samaritano
que sempre a paz cultivou
e eu a endemoniada
acusada, julgada e culpada
pelos crimes que praticou.










Ianê Mello




2 comentários:

AC disse...

Às vezes é preciso gritar para nos sentirmos vivos. Às vezes é preciso ouvir o eco para perceber o grito.

Beijo

Ianê Mello disse...

Perfeita descrição.

Bjs