sábado, 18 de dezembro de 2010
DO MUNDO APARTADA
Submersa...
a água a envolver meu corpo
Ainda respiro
pois mantenho a cabeça fora d'água,
mas até quando?
Uma parte de mim
vive e pulsa
sangue quente correndo nas veias.
A outra parte jaz fria
gélida como essa água.
Não, aqui não é
o meu lugar,
bem sei,
desde que nasci.
Mas aonde é o meu lugar,
em que mundo estranho
eu habitaria
se é esse que conheço?
A água me faz bem
em sua calmaria,
quando serena me permite
deitar-me sobre ela...
flutuar...
Mas sou um ser da terra
e sobre dois pés me sustento
Respiro por pulmões,
tenho pelos a recobrir minha pele
Sou humana, não sou peixe,
no mar não poderia viver,
não conseguiria respirar.
Peixe é peixe,
aquático por natureza.
Seu corpo recoberto por escamas
e no lugar de pulmões, suas guelras.
Sempre de olhos bem abertos.
Bicho estranho, não fecha
os olhos nem para dormir.
Eu, ao contrário, quando durmo,
fecho bem os olhos
e sonho, sonho, sonho...
sonhos surreais de que
nem sempre consigo
me recordar.
Ianê Mello
(Foto de Toni Frissell)
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6 comentários:
Muito bom o seu poema, amiga.
Um grande abraço.
Pelos momentos de poesia e arte que compartilhamos ao longo de 2010, deixo-te um beijo e o desejo de um FELIZ NATAL e um 2011 repleto de talento e criações mil
Obrigada, Dilmar.
Feliz natal e que o novo ano possa lhe revelar muitas alegriase paz.
Bjs.
Obrigada, Ivan. Deixo à você também o desejo de um natal feliz e que cada dia do novo ano possa lhe trazer realizações, alegrias e muita paz e amor em seu coração.
Beijos.
Amiga Ianê!
Vim retribuir a visita e agradecer o belo poema que me deixou.
Volto amanhã para comentar este que não leio hoje por falta de tempo.
Desculpe.
Beijinhos
Ná
Natal, Hoje!
Todos dizem com certeza
Absoluta,
Tocante e rasante
Que o Natal já não é
O que era dantes.
Perdeu o sentido
Ganhou mais cor;
Perdeu intimidade
Ganhou vermelho e Pai Natal;
Perdeu celebração de Jesus
Ganhou o incenso do tempo,
A mirra das vontades
E o ouro nas relações…
Todos os dizem
Mas eu, que sei?
2010
Maria José Areal
Beijinhos
Ná
Obrigada, Maria José, pela carinhosa lembrança.
Beijos.
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