" A vida é demasiado preciosa
para ser esbanjada num mundo desencantado."
Mia Couto, in Jerusalém
Moçambique clama por suas palavras
por sua presença amorosa
pela visão de seus olhos profundos:
olhos da infância querida.
Clama por aqueles dias
dias de intenso viver
em que o tempo era infinito
e a esperança sorria em seus lábios
Você que teve no medo seu primeiro mestre
temendo monstros, fantasmas e demônios
só conhecendo os anjos tempos depois
quando vieram para guardar sua alma
Você que crê no amadurecimento da dor
em seu intenso sentir, corpo e alma,
para que se dilua no correr do tempo infinito,
no choro que escorre dos olhos em lágrimas sentidas
Você que com o próprio sangue escreveria
e até mesmo em seu próprio corpo,
caso tinta e papel não houvessem,
mas não calaria a sua voz jamais
Você, que cantou a África, em versos,
como tradutor fiel de suas dores,
dando voz ao seu silêncio negro,
transmutando morte em vida.
Ianê Mello, em Homenagem a Mia Couto.
2 comentários:
Amiga Ianê, linda homenagem poética.
Um abração. Tenhas uma linda tarde.
Olá, amigo!
Sempre bom te ver por aqui.
Bjs e uma linda semana pra ti também.
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