Encantar serpentes com palavras
Ofício por demais engenhoso
Voláteis, impactantes palavras
Presas de uma teia de enredos
Perdidas entre seixos de pedras
Escorregadias ao toque das mãos
Fugidias, ambíguas, cortantes
Penetrantes, pungentes
Enquanto vivas e despertas
Esmaecidas em seu brilho
Quando a esmo pronunciadas
Palavras cansadas
Enfraquecidas pelo uso
Numa fraca eloquência
Sem propósito ou valia
Que o silêncio fale por elas
Quando a boca se cala
Que o silêncio seja bendito
Preenchendo o vazio de sons
Ianê Mello
(18.10.13)
*
(18.10.13)
*
Pintura de Rene Magritte
3 comentários:
As palavras, matéria melindrosa com a qual os poetas talham flores e perfumes.
Um beijo
passando por aqui e me deliciando com suas lindas palavras...
bom domingo pra vc..
bjs.Sol
Boa noite, Ianê. Conhecendo os seus poemas hoje, lendo e amando.
Parabéns pelo seu dom.
Já fiquei por aqui.
A amiga e poeta, Carmem Lúcia, falou muito bem de você, da sua obra.
Tenha um excelente domingo.
Beijos na alma!
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