domingo, 9 de março de 2014

AINDA EXISTE VIDA


onde se esconde o humano
nesse protótipo forjado
em metais aprisionado
em mecânicas alienado?

em automatizados sentires
em sentimentos enlatados
em medos encarcerados
em rancores cibernéticos?

e coração dentro do peito
assim meio que sem jeito
sentindo-se excluído
bate mais forte ressentido

ainda pulsa vivo e aflito
diz que sangra e que sente
e dentro do peito acusa:

- Ei, aqui ainda tem gente!

Ianê Mello
(9.03.14)






Um comentário:

Marcelino disse...

Em tempos de Robocop nas telas, fizeste um excelente texto, tanto no aspecto formal qto no conteúdo totalmente antenado com nossos dias. Acho muito legal esse tipo de construção: Tomar um aspecto da realidade (uma música , um filme, uma pintura, etc) e a partir dai construir um poema. Parabens, poeta.