Essa mão errante
que num instante vacila
e como um distraído amante
perde seu curso e oscila
Pertence à um homem
que o nome não importa
Daqueles que um dia somem
fechando atrás a porta
Da mulher quer o corpo
Pouco importa sua alma
Pra que se mantenha absorto
com ela em sua palma
Quer apenas ser exclusivo
e detentor do poder
Ao mesmo tempo lascivo
por não ter nada a perder
E quem é essa mulher
que se submete a tal fato?
Não saberá o que quer
Ou supõe merecer esse trato?
Como um corpo de mulher
responderá num lampejo
se esse homem sequer
lhe satisfaz o desejo?
E alheio à sua decepção
vira pro lado e dorme
Nos braços da redenção
se entrega como quem morre
Encontra conforto no sono
enquando ela rola na cama
Em seu completo abandono
em seu corpo, queima a chama
E de tanto arder em brasas
nessa cama vazia e fria
ela um dia cria asas
e se vai na ventania...
Publicação original em 16/11/09.
2 comentários:
Ianê,
É aquela velha história de que "quando um não quer, dois não brincam".
Brincam é a palavra.
;)
Beijos, amiga.
Marcelo.
Marcelo
Ótima síntese.
Valeu pela presença e pelo comentário.
;)
Beijos, amigo.
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