quinta-feira, 1 de março de 2012

A QUEIMAR DE PAIXÃO



Essa  mão errante
que num instante vacila
e como um distraído amante
perde seu curso e oscila

Pertence à um homem
que o nome não importa
Daqueles que um dia somem
fechando atrás a porta

Da mulher quer o corpo
Pouco importa sua alma
Pra que se mantenha absorto
com ela em sua palma

Quer apenas ser exclusivo
e detentor do poder
Ao mesmo tempo lascivo
por não ter nada a perder

E quem é essa mulher
que se submete a tal fato?
Não saberá o que quer
Ou supõe merecer esse trato?

Como um corpo de mulher
responderá num lampejo
se esse homem sequer
lhe satisfaz o desejo?

E alheio à sua decepção
vira pro lado e dorme
Nos braços da redenção
se entrega como quem morre

Encontra conforto no sono
enquando ela rola na cama
Em seu completo abandono
em seu corpo, queima a chama

E de tanto arder em brasas
nessa cama vazia e  fria
ela um dia cria asas
e se vai na ventania...


Ianê Mello



Publicação original em 16/11/09.

2 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Ianê,




É aquela velha história de que "quando um não quer, dois não brincam".


Brincam é a palavra.




;)





Beijos, amiga.








Marcelo.

Ianê Mello disse...

Marcelo


Ótima síntese.


Valeu pela presença e pelo comentário.


;)


Beijos, amigo.