domingo, 25 de julho de 2010

No cais




O telefone que não toca...
Coração aflito em busca de notícias
Nem uma palavra sua, nem um movimento
Onde estarás que não encontro?
Na beira do cais
acompanho o movimento dos barcos

Algum deles me trará você?
Marinheiro de longa viagem
De porto em porto
E eu a esperar
Solitária e lívida, ávida de amor

Seus carinhos,os dará à outras?
Uma mulher em cada porto
Carinhos por mim tão esperados
Quando os terei só meus?

A espera me maltrata
numa angústia sem fim
Preciso vê-lo ao menos mais uma vez
Sentir o peso de seu corpo sobre o meu
Minha respiração a ofegar
Em seu gozo ouví-lo  a gritar
Lobo solitário que se solta e uiva
Canção para meus ouvidos amantes

Venha, meu amor, te espero
Não se demore mais
A impaciência é inimiga  do amor
Tenho medo que outros ventos
levem para bem longe o que sonhei



Ianê Mello

2 comentários:

Paulo Rogério disse...

Uma mulher em cada porto, bem à Neruda...
O único porto seguro, porém, que se vê é o dessa dessa amante oficial...
Belo seu blog!
Beijo grande!

Ianê Mello disse...

Paulo,

grata pelo comentário.

Concordo com suaopinião.

Bjs.