sexta-feira, 2 de julho de 2010

A dor do parto






A cada momento
A cada passo  
A cada dor
A cada  espaço
No compasso da espera

Sinto a ausência
A saudade de momentos
Que sequer existiram
Estar só...
Ser só...
Opção para a sobrevivência
Da minha identidade
Da minha verdadeira essência

As máscaras tombaram ao chão
Meu rosto transparece
Por entre nuvens de algodão
Nem eu mesma o reconheço
As marcas da dor nele estampadas
Como uma pintura feita a mão
A vida a fez, dia a dia
Em rasgos de alegria
Em sorrisos desfeitos
Em lágrimas embaçando a visão
Na perda de sentido

Onde estou agora?
O que sou afinal?
Em que momento me perdi de mim?
A vida segue seu rumo
Eu aqui ... só, mais uma vez
Vagando em meus pensamentos
Desejando uma  companhia
Que de alguma forma preencha
Esse vazio imenso que restou
Essa ausência de mim
que dentro aqui ficou



Ianê Mello

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