domingo, 24 de outubro de 2010

O Humano III



“Reclining nude” de Luis Ricardo Falero

E eu transmuto a dor
num espasmo
Da sombra faz-se a luz
O corpo a gemer prazeres
Amarras soltas
aberta a prisão
Prisioneiro corpo
fragmentado pelos anos
pelos amores vãos
A alma flutua leve
no corpo liquefeito
Suores e fluidos
num rio caudaloso
prazeres de amar
cantares do amor
Num dedilhar de toques
sutis e intensos
Em sussurros inaudíveis
em gritos de gozo
ressurge a mulher
Alva e pura
como a água
que em seu corpo brota
Fonte fecunda
multifacetada... 
em virgens escondida
Esplendor de anunciação.

Ianê Mello

2 comentários:

Lídia Borges disse...

Os nus de Luis Ricardo Falero são, de facto sugestivos e este poema é uma prova disso. A sensualidade da carne, por um lado e, por outro a transparência de água, na pureza do corpo.
Gostei!

L.B.

Ianê Mello disse...

Exato, Lidia, belíssima pintura e boa observação. Bjs.