E eu ressurjo com o vento
por detrás das verdes folhagens
e me contorço em sons e vibrações
inaudíveis aos ouvidos humanos
e me refaço em cores sublimes
e me transporto em nuvens
de puro algodão...
Eu, que sou massa esférica
ponte que atravessa o rio
rio que corre
mar que não se navega
Eu que sou pura e simples
perdida na poeira cósmica
invisível e fantasmagórica
Súplica contida no espanto
Eu sou o Espanto
que corre no mármore frio
e que se abriga no gelo
Sou a ponta do iceberg
Sou branca e pálida
Me desfaço em sons
Me perco em tons
Sutilmente me alastro
Como quem fere
a própria carne
e sangra de dor.
Ianê Mello
4 comentários:
Muito boa a cadência da escrita. E a tela caiu como uma luva.
Beijo!
Obrigada Lara. Bom vê-la por aqui.
Beijo.
Amiga, muito bom o seu poema; trabalhado, criativo e inteligente.
Um abraço
Obrigada, amigo. Fico feliz que tenha gostado. Abraço.
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