segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O POEMA



Poema
quando surges
urges urgências
imediatas
és apressado e deslizas
em palavras
que escorrem
no papel
Inexatamente exato
és perfeito
imperfeito sendo
pois que de pouco
muito se torna
e do muito
faz-se um nada

Poema
és alma lavada
purificada em pranto
Poema és sujo
nas palavras coloridas
em sangue
nas quais te embriagas
e te deleitas

Poema
és rarefeito
quando ar te falta
e te perdes no vazio
Poema 
és sombrio
quando turvado na dor
te banhas em lágrimas

Poema
simplesmente és
a turbulência do momento
em que aconteces
ou a calmaria 
de que por ventura padeces

Poema
simplesmente és
tempo e memória



Ianê Mello

9 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Amiga Ianê, o seu poema é uma maravilha. Você é uma grande poetisa.
Um grande abraço

Lídia Borges disse...

Um poema
ao poema que acontece
como um vento repentino,
uma luz que se acende,
um momento que se prende
à palavra sem destino...


L.B.

Ianê Mello disse...

Muito obrigada, Dilmar. Grande abraço.

Ianê Mello disse...

Lidia,

lindo seu comentário em forma de poema.

Bjs, querida.

Anônimo disse...

Que lindo, Ianê! Sensível e reflexivo como o próprio, poema, deve ser.

Beijo.

Ianê Mello disse...

Obrigada, Lara. É sempre um prazer recebê-la aqui. Grande bj.

Insana disse...

Lindo poema

bjs
Insana

Sol disse...

belíssimo Ianê..
eu estava com saudade daqui.
bjs.Sol

Ianê Mello disse...

Obrigada Insana e Sol.
Grande bj às duas. :)))