sábado, 4 de agosto de 2012

SOLIDÃO COMPARTILHADA





Solidões que se tocam
numa noite e nada mais
em carinhos trocados
palavras sussurradas
num quarto de hotel

silêncio que se faz
em solidões unidas
num breve instante
fugaz e desejado
depois esquecido
num canto qualquer
 na vida que segue
nada mais...

não há amor
talvez um quê de ternura
envolto num bem-querer

calor de corpos unidos
prazeres efêmeros
momentos que acalentam
aquecem solitárias almas

uma noite apenas
estranhos que se dão
nessa natureza pueril
do permitir-se a entrega

quando o dia amanhece
da boca o gosto dos beijos
já nem se lembra mais

levantam-se solitários
e despedem-se, com um sorriso sem graça
sem promessas de um novo encontro
nada mais...


Ianê Mello


*

Pintura de Viktor Sheleg

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