Me perdi na ausência das horas
e tudo se fez vazio
Nas linhas mal traçadas
na falta de sentido
nas palavras sem nexo
na perda do juízo
E hoje me afogo
nas águas profundas
do meu próprio abismo
e me vejo só com meu descuido
Pelas noites mal dormidas
pelas palavras não ditas
pelo afeto negado
A boca se cala
numa prece contida
Os olhos cansados
repousam no escuro
As mãos se fecham
sobre o colo inerte
Descanso em mim
enquanto a noite cai.
Ianê Mello
Um comentário:
Ianê,
Descansar em si, nesse contexto, parece até um bom desfecho...
Manso.
"Apaziguador".
Beijos,
Marcelo.
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