domingo, 22 de novembro de 2009

Viagem pra dentro





Dentro de mim um mar bravio
às vezes calor, às vezes frio
Vontade de naufragar
Tempestades e tormentas
Sentimentos em ebulição
Palavras soltas ao vento
que minha boca profere
Ninguém as ouve
Não encontram ressonância
Será que falo noutra língua?
Quanto mais eu falo
mais sinto quando calo
que nada foi compreendido
Será que perdi o juízo?
Será que preciso gritar
aos quatro ventos bradar
meu grito de libertação
Meu peito já não suporta
essa angústia de sentir
a vida nesses momentos
como um eterno ir e vir
Como filmes que já vi
e se repetem em minha mente
Passagens que já paguei
em viagens que nunca fiz
Não, não é a primeira vez
que a escuridão me assusta
mas espero no fim do túnel
por um fim a minha busca
Sou mulher, sou gerreira
mas as forças agora me faltam
pois que sempre fui inteira
e aos pedaços me tornei
Quero encontrar minhas forças
Ir em busca do que perdi
E se tiver que ir sozinha...
pode ter certeza: eu irei








Ianê Mello



Ouça: Gonzaguinha "Sangrando"




2 comentários:

Lara Amaral disse...

Gostei muito desse poema. Identifiquei-me demais.

Parabéns pelo blog e obrigada pelo gentil comentário que deixou para mim.

Beijos.

Ianê Mello disse...

Bom te ver por aqui, Lara!
Seja sempre bem-vinda.

Também gostei muito de seu blog e de seus poemas.

Fico feliz que tenha se tornado seguidora em meus labirintos.



Beijos.