sábado, 24 de setembro de 2011

PRISIONEIRO DE SI MESMO



O avesso
sem retoques
sem reparos
sem filtros
sem proteções
é o mais puro real
que a coragem
de ser inteira
pode permitir
O animal enjaulado
o ser aprisionado
as garras recolhidas
se esconde por medo
na capa que o reveste
e o protege dos olhos alheios
da curiosidade
da maldade
do terror
dos olhos alheios
Mas como ser livre
na prisão de si mesmo?
Como ser livre
sendo apenas parte
e não inteiro,
mostrando apenas
o padronizado
o aceito socialmente,
enquanto seu lado escuro
se perde cada vez mais
no breu da inexistência?


Ianê Mello




2 comentários:

Sonhador disse...

Nossa!

Que lindo poema! Belíssimas palavras!

É exatamente o que gostaria de dizer!

Sublime!

Paula disse...

Hoje me sinto assim, obrigada pelas lindas palavras!