sábado, 5 de setembro de 2009

Em Flor



Quando a chuva cai e a noite vem
sinto o frio em minh'alma
nas horas que escoam...
na solidão das mãos nuas.
Dentro de mim a saudade,
doída e latente.
Mas saudade de quê?
Não sei responder.
De tudo, de nada
daquilo que nem sequer vivi.

Podem pensar que estou louca
num sentir tão sem sentido
mas para mim não importa.
Não quero a sensatez dos sãos.
Quero antes a loucura dos insensatos.

Certeza só tenho
daquilo que não sei;
dessa busca incessante
por uma lógica que me dê equilíbrio.
Equilibrista que sou,
sempre na corda bamba.
Minha vida por um fio.
Mas não faz mal...
apenas sou o que sou.

Essa aventura constante
pelos labirintos da alma.
Sem começo, sem fim.
O que me importa é o meio
e deste faço meu eterno recomeçar.
Sou como as rosas...
Me acostumei com as podas
e nelas me fortaleço
para florescer ainda mais bela.

Ianê Mello

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