Aquela mulher ali parada
Como se não lhe restasse mais nada
O corpo a tremer de frio
Os olhos perdidos no tempo
Busca por um vão momento
Sentir-se viva
Os cabelos em desalinho
Acariciados pelo vento
A lua a iluminar-lhe o rosto
O coração oco por dentro
Escorre-lhe dos olhos uma lágrima
O gosto de sal umedece seus lábios
Aquela mulher ali parada
Do peito a vida arrancada
Um espectro de vida
Pálida e nua
Confunde-se com a lua que fita
Iluminada por sua branca luz
Seu corpo, no escuro, reluz...
Deixa-se tomar por súbito encanto
Com um sorriso seca o pranto
Pois descobre-se viva novamente
A natureza a convida a bailar
Ela gira o corpo...rodopia
Qual bailarina frente ao mar
Em seu coração sente a alegria
A esperança de poder sonhar
Gira...gira... seu corpo a rodar
Levada pelo sabor do vento
Sua alma se liberta da dor
Não há mais medo, só contentamento
Aquela mulher agora dança
Sente a vida em seu corpo pulsar
Relembra os tempos de criança
Redescobre a beleza de se amar
Ianê Mello
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