segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Metamorfose


Aquela mulher ali parada

Como se não lhe restasse mais nada
O corpo a tremer de frio

Os olhos perdidos no tempo

Busca por um vão momento

Sentir-se viva

Os cabelos em desalinho
Acariciados pelo vento
A lua a iluminar-lhe o rosto
O coração oco por dentro
Escorre-lhe dos olhos uma lágrima

O gosto de sal umedece seus lábios

Aquela mulher ali parada

Do peito a vida arrancada
Um espectro de vida
Pálida e nua
Confunde-se com a lua que fita
Iluminada por sua branca luz
Seu corpo, no escuro, reluz...








Deixa-se tomar por súbito encanto

Com um sorriso seca o pranto
Pois descobre-se viva novamente
A natureza a convida a bailar
Ela gira o corpo..
.rodopia
Qual bailarina frente ao mar
Em seu coração sente a alegria

A esperança de poder sonhar
Gira...gira... seu corpo a rodar
Levada pelo sab
or do vento
Sua alma se libe
rta da dor
Não há mais medo, só
contentamento

Aquela mulher agora dança
Sente a vida em seu corpo pulsar
Relembra os tempos de criança
Redescobre a beleza de se amar


Ianê Mello


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