Num jogo de xadrez
está a sua própria sorte
porque o destino o fez
barganhar com a própria morte
Que chances poderia ter
de sair desse jogo vencedor?
Se no tabuleiro pudesse ver
morreria só de pavor
A cada peça movida
em jogada bem pensada
arrisca a própria vida
ao mover a peça errada
E a morte, sua parceira
nesse improvável acerto
do outro lado sorrateira
se ri desse desconcerto
Quando é chegada a hora
não há barganha qualquer
a questão é ir-se embora
com a brandura que puder
Rebelar-se é em vão
melhor o fato aceitar
Entregar-se a razão
e deixar-se descansar
Ianê Mello
Cena do filme " O sétimo selo" de Ingmar Bergman
Curiosidade: "O título é uma referência ao capítulo oito do livro das revelações. A história é simples. Um Cavaleiro e seu Escudeiro voltam das Cruzadas. O país está assolado pela peste. Eles se encontram com a Morte e o Cavaleiro faz um trato com ela: enquanto conseguir contê-la numa partida de xadrez, sua vida será poupada."
4 comentários:
Ianê
Jogar a sorte da vida numa partida de xadrez ou em qualquer outro jogo é uma coisa que não se deve fazer.
Eu digo "Deram-me uma vida para cuidar. Eu cuido dela o melhor que posso e sei."
Há um poema sobre a morte que eu nunca o coloquei e julgo que só eu e mais duas ou três pessoas o leram. Agora irá lê-lo a Ianê.
Caminhas a meu lado
desde que nasci
eu não te conheço
nem nunca te vi
e tens-me acompanhado
em cada instante
desta minha vida
que corro incessante.
Passeias arrastando
rasgado e sujo
o teu negro manto
que ao vento esvoaça,
sinto-te deslizando
escolhendo presa
por entre quem passa.
Mas quando em meu destino
me calhar em sorte
conhyecer teu rosto
sei que quando tu chegares
me dirá sorrindo:
És meu!
Venho buscar-te!
Eu sou a Morte.
"A Morte é uma coisa séria, todavia as caveiras riem-se"
Quanto ao meu link, há duas maneiras:
Se clicar emcima do meu nick Akhen,
vai aparecer o meu perfil e clicando em Navegando nas Palavras,
fica no blogue.
O outro é
http://jim-viajantedotempo.blogspot.com
Já há tempo que não escrevo prosa lá.
Paz e Luz no seu caminho
Akhen
Com certeza, deve-se cuidar a vida, mas, é claro, não há como burlar a morte.
A linguagem desse filme é toda metafórica.
Assista o filme "O sétimo selo" de Ingmar Bergman. Acho que entenderá melhor.
Vou visitar seu blog.
Paz e Luz!
Lindo seu poema sobre a morte e também gostei do senso de humor.
Belíssimo jogo esse teu, Ianê!
Pan y vino,
seus comentários sempre engrandecem meus poemas.
Obrigada.
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