O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Fernando Pessoa
Na mente explodem versos
que não saem no papel
Sentimentos tão adversos
difíceis de esconder sob o véu
E nessa luta constante
Entre mente e verbo
De repente, num instante
Surge o poema inconstante
E tem que haver rapidez
para registrá-lo de imediato
Pois seria uma estupidez
perder esta inspiração de fato
E o poeta assim segue
Às vezes a escrever o sentir
Noutras a mentira o persegue
E não há como fugir
Já dizia o grande Pessoa
que o poeta é um fingidor
Pois não é sempre que escoa
a palavra que expressa a dor
O poeta escreve seus versos
e nem sempre neles se espelha
Por motivos controversos
à eles, por vezes, se assemelha
Ianê Mello
Nenhum comentário:
Postar um comentário