sábado, 15 de outubro de 2011

Falando de Mim




O que dizer de mim ... falar sobre si mesmo é sempre uma tarefa difícil, por isso prefiro fazer-me conhecer através de minhas atitudes. Mas, vamos lá...
Sou uma pessoa em constante busca de algo mais que justifique minha existência. Não sou, pois não estou pronta, mas em constante transformação. Apenas estou.
Como diria Raulzito "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
Como humana que sou, tenho consciência de minhas imperfeições e procuro extrair da vida tudo o que posso para me tornar uma pessoa melhor, para me aprimorar, pois acredito que seja esse, o caminho do resgate, que nos levará a libertação da nossa alma. 
Realista, com os pés no chão, sei das minhas limitações, mas sempre busco superá-las. Quando algo depende de minha interferência e julgo importante, me empenho para que se realize, ao máximo; me entrego quando acredito, mas se sinto que não depende só de mim e o outro não faz a sua parte, procuro levá-lo a essa consciência.
Acredito no ser humano, embora tenha tido muitas decepções ao longo da minha vida, procuro não deixar de acreditar na bondade alheia. Apesar disso tenho meus sonhos e procuro concretizá-los, na medida do possível. Viram, o possível, a razão sempre presente. Apenas na poesia me permito grande vôos. Na vida aprendi a ser mais racional.
Sou extremamente sensível, com uma capacidade imensa de entrega e por vezes me machuco por isso. Espero mais das pessoas do que elas podem me dar e me decepciono. Amo incondicionalmente e com intensidade. Como em tudo que faço, não consigo fazer pela metade. Sou inteira e intensa em minhas emoções. Quando magoada perdôo, com o passar do tempo, mas ficam as marcas e não consigo mais me entregar, pois perco a confiança. 
Acho os relacionamentos humanos um aprendizado constante. Como cada indivíduo tem as suas particularidades, o entendimento torna-se difícil. Com muito respeito e aceitação quanto as diferenças acredito que se consiga uma forma melhor de relacionar-se, mas os conflitos sempre haverão.
Sou autêntica demais, não consigo esconder o que sinto e quando não verbalizo mostro de outras maneiras meu agrado ou desagrado. Quando verbalizo sinto que muitas vezes não sou compreendida. Por não saber usar meias palavras as vezes magôo sem querer, mas prefiro a verdade dita, ao sentimento guardado que pode se transformar em algo pior. Não suporto hipocrisia e disse- me- disse. O que tenho que falar, falo para quem preciso e não para outros.
Respeito muito a individualidade alheia e procuro estar sempre atenta as necessidades das outras pessoas, assim como desejo que estejam atentas as minhas e nutram  por mim o mesmo respeito.
Adoro os animais, mas não tenho nenhum, no momento, sob meuis cuidados. Mas gosto de observá-los livres. Os pássaros que vêm em meu terraço comer frutas, os beija-flores que vêm em busca da água com açúcar, as rolinhas para ciscar os farelos de pão. Respeito essa liberdade e com todos convivo na proximidade que eles permitem. Adoraria tocá-los, tê-los por um breve instante em minhas mãos para acarinhar sua penugem macia para ter o prazer de depois soltá-los e vê-los voar livremente.
Adoro música, sem ela não viveria. Canto pelo prazer de soltar a voz e exprimir minhas emoções. Cantar também é , como a poesia, uma catarse em minha vida.
Escrever é um prazer que preenche meus dias e me faz sentir mais completa. É uma catarse através da qual libero todas as emoções reprimidas e me sinto mais leve.
Sou de natureza solitária. Não vivo saindo, nem na cada de outras pessoas. Passo horas a sós com meus escritos, minhas leituras, minha música e meus filmes, mas, por vezes, sinto falta de conversar, trocar idéias, interagir. Quando num grupo, sou bastante comunicativa.
Sou flexível e carinhosa, mas também posso ser dura e distante, quando me sinto  ferida, como um bicho acuado pronto para se defender.
Sou mansa e feroz, dependendo do que as circunstâncias me exigem.
Meus medos enfrento, encaro de frente buscando superá-los. Tenho fibra e coragem suficientes para a luta diária que a vida exige e a minha sempre me exigiu muito. Tornei-me forte nas intempéries, por necessidade de sobrevivência.
Viram só, para quem não queria começar, falei demais.

Ianê Mello, em Vozes em Madrigal, Sábado do conhecimento pessoal.


Foto: Tirada por Ianê Mello
 

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