quarta-feira, 5 de setembro de 2012

À DERIVA




Brisa morna
me beija a nuca
Um arrepio
eriça minha pele

Vida que passa...
passa rente
passa reto
passa  num sopro
...
Sopro de vida


Incompletudes
no sentir que navega
mares distantes
mares bravios

Barco arredio
sem porto
à deriva

Onda que vai
Onda que vem

Círculo vicioso
enrodilhado
em si mesmo
se perde
no centro
do nada



Ianê Mello

*

Arte de Alaya Gadeh


2 comentários:

Dulce disse...

Naveguei com este poema!
Muito obrigada!

Ianê Mello disse...

Eu que agradeço pela leitura, Dulce. Fico feliz por sua "viagem". Bjs.