quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O REVERSO DO CORTE





Assim a pele roça a carne nua
exposta a feridas entreabertas
Não há rosas sem espinhos
e fere a rigidez no amor que cala

fluído que escorre sem sutura
vermelho sangue
corte profundo
marcas indizíveis

na fenda de desejos  obscenos
a carne é fraca e cede
 a sede que devora
a garganta seca

as mãos que anseiam ávidas
sem demora
encontram seu conforto
no colo que as acolhe

o corpo se encolhe
em lânguidos prazeres
no vértice entre as pernas
perde-se em  delícias


Ianê Mello
(02.09.12) 


Pintura de Salvador Dali.

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