Narciso usa o espelho como uma extensão de si mesmo, e, como Narciso, os homens se tornam fascinados por qualquer extensão de si mesmos, mergulhando num estado de entorpecimento.
Olho no outro e me vejo
e pela imagem refletida
no espelho de seus olhos
por mim mesma me apaixono
O amor que penso nutrir
pelo outro ser que fito
na verdade é amor-próprio
como o mito de Narciso
Quando no outro me vejo
numa extensão de mim
penso ser amor num lampejo
mas o que fica no fim
é a realidade triste
de apaixonar-me por mim
e o outro... sequer existe
Ianê Mello
Ouça: Joaquin Turina "Narciso Yepes"
10 comentários:
Poema incrível!
Gostei muito.
Beijos.
Lara,
feliz por seu comentário e visita.
Beijos.
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar
me lembrou muito este som!
ah! conheço sim estes blogs, mas nem to mais atrás de nada. to com uma coleção de 11 000 discos. não posso me viciar senão NUNCA vou parar para ouvir com calma tudo oq tenho. rs
faço coleção antes de nascer... meu pai haha
valeu! bjão!
Marcelo,
gostei da contrapartida ao meu poema.
Pois é...também sou assim...rsrsrs
Mas não consegui parar...ainda, pelo menos.
Beijão.
Olá! Vim agradecer a visita e as palavras carinhosas e dizer que hoje mostrei seu blog para aquela minha amiga que acaba de fazer o dela A força e a beleza de ser mulher. A geisa. Nossa, lemos juntas suas poesias e ficamos maravilhadas. Você é especial. Essa poesia do narciso ficou maravilhosa. Adoro mitos e arquétipos. Ah! Amo Osvaldo Montenegro e fiz o curso de teatro lá na Oficina dos Menestréis que o irmão dele assumiu Deto Montenegro. Bem...Voc~e escreve muito bem mesmo. Vou aprender muito por aqui bjão
Elaine
Assim você me emociona...
Como todo poeta que se preza sou extremamente sensível e fico muito feliz em saber que com minhas palavras lhe causei tal sentimento.
Somente uma pessoa com o coração aberto e dotada de grande sensibilidade se deixaria tocar dessa forma.
Tenho a certeza de que também aprenderei muito com você.
É um prazer tê-la aqui e podermos compartilhar.
Ah...o Oswaldo Montenegro, nem me fale.
Tenho profunda admiração pelo seu trabalho, em todos os níveis.
Grande beijo pra você e volte sempre.
Ianê,
Amar-se pelo que de si se enxerga no olhar do outro.
Ou amar o amor a si, no olhar de outrem.
Amar a "idéia de estar sendo amado" também dá no mesmo.
;)
Beijos,
Marcelo.
Marcelo,
acompanhei até um certo ponto.
Depois, confesso que me perdi...kkkkk
Falo, nesse poema, de amar a nossa própria imagem refletida no outro, o que nele vemos de semelhante a nós.
Portanto,às vezes, cometemos um engano, pensando estar amando o outro, quando, na verdade, estamos amando o nosso próprio reflexo.
Capice?
É isso que você pensa ou discorda?
;)
Beijos
Ianê,
Concordo plenamente.
Frequentemente acontece isso:amamos a nós mesmos no outro.
Eu apenas acrescentei outro dado (também narcísico): "amar a idéia de estar sendo amado". E chamar a isso "amor". Ambas as coisas.
Beijos,
Marcelo.
Valeu, Marcelo!
Então, concordamos...rsrsrs
Beijos.
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