Não, não quero mais palavras retas
retilíneas e certas, precisas
Quero palavras tortas, cambaleantes,
encharcadas como um ébrio de sua bebida
a andar por aí à esmo, sem saber aonde chegar
Palavras embaralhadas, desprovidas de sentido,
palavras torpes, inaudíveis aos apurados ouvidos
Palavras que gritam, palavras que ferem
como ponta de faca
Palavras que acariciam como mãos de fada
Palavras...palavras...palavras...
Que me escapam entre os dedos
espalhando-se no branco papel
Palavras brancas, palavras brandas
Palavras vermelhas de sangue
Meu próprio sangue que escorre e flui
Como esntancá-lo, ferida aberta e exposta?
Como silenciar a voz que sai das entranhas
Esse grito gutural e animalesco
Esse urro, esse sussurro, esse bradar...
Como lobo a uivar pra lua
Animal aprisionado que se liberta
A noite não tem fim
Fechem janelas e portas
Tentem não ouvir esse apelo
Continuem surdos em seus mundos de hipocrisia
Sou fera, sou bicho, sou fêmea
Quando a lua vislumbro no alto céu
não sou mais eu , me transformo
Sou a natureza selvagem que em mim habita
Ianê Mello
9 comentários:
Minha querida
Lindo e forte poema.
Como silenciar a voz que sai das entranhas
Esse grito gutural e animalesco
Esse urro, esse sussurro, esse bradar...
Adorei, diz-me tanto.
Beijinhos
Sonhadora
Sonhadora,
nós mulheres temos essa força.
Esse animal que grita dentro de nós.
Obrigada.
Grande beijo.
un escrito plasmado desde una personalidad libre e independiente.
besos
Ola amiga
Poesia forte, realmente um grito de uma melhor decidida.
Beijos
Reltih e Wanderley,
a vida nos exige que sejamos fortes.
E para que nosso grito se faça ouvir,não é tarefa fácil e suave.
Grande beijo.
Cada vez mais bem trabalhados os seus textos. Muito legal!
Meus poemas, perto dos seus,
parecem um pouquinho juvenis, mas
acredite... eu gosto daqui e de interagir com você.
Tenho alguns guardados...
vou postar depois do carnaval.
Abraços, Ianê!
Ah! Postei um hj, da uma olhada. É coisa simples, pro carnaval. ;*
Que lindo cuando se siente tus versos.
Un beso querida amiga..
Bello como siempre leerte. maravillosos versos..
Un abrazo
Saludos fraternos...
Na verdade, todos somos esta natureza selvagem. O resto é superego.
Felipe,
você tocou no ponto...rsrsrs
Bjs.
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