Louca estou
a rasgar minha roupa
a gritar impropriedades
a vagar pelas ruas
completamente nua
exposta
olhos perdidos
vazios
sem controle
sem rédeas
cavalo solto
na garganta o grito
estrangulado
na alma o sentimento
encarcerado
peito cravejado
em solidões
fugas de mim
no poço sem fundo
o fim
vida que vagueia
impunemente
sem rumo
casa destelhada
minha frágil morada
ferrugem e pó
cactos retorcidos
tenho sede
corpo recolhido
entre os escombros
da vida
que jaz.
Ianê Mello
(prêmio da Sexta-feira da Ousadia: Loucura, em Vozes em Madrigal)
Crédito de imagem:Pintura de Ans Markus
2 comentários:
Simplesmente maravilhoso. Bjs!!!
Obrigada pela visita e comentário, amigo. Bjs.
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