Era preciso tecer a teia
de ardis e malícias
Era preciso de mais que dois olhos
para antever os vieses da vida
para dissipar os véus da dúvida
Era preciso urdiduras e tramas
desfeitas em manhãs claras
descosturando o véu da ignorância
Era preciso engolir o espanto
a revelar segredos inconfessos
Era preciso coragem e fé
para sair do luto e da profundidade das coisas
Era preciso aventurar-se no desconhecido
descortinando novos e refrescantes sentires
Mas essa coisa morna que em mim habita
que me aprisiona numa gruta escura
Essa coisa que comigo mesma se confunde
Essa coisa que me invade e me tira o ar
...
Ah, essa coisa que me divide e me parte em duas!...
Ianê Mello
(15.09.12)
*
Fotografia de Pavel Mirchuk
5 comentários:
Muito Lindo. Parabéns.
Prazer recebê-lo em meus labirintos. Obrigada, Tony.
Essa coisa talvez seja estranha, assim foi qualificada, mas a maneira como foi contada é pungente e emocionante! Lindos versos, Ianê!
Garota, gostei muito do seu espaço e gostaria de trocar banner de divulgação. Visite o VIVER ME DESPENTEIA para conhecer e deixe um comentário lá se tiver interesse.
Abraços despenteados!
muito lindo o poema. sentido. a forma como levaste, como atinges cada ser com este poema, é mesmo intensa. e bom saber que além desse lindo rosto, há também um lindo ser por dentro. bom encontrar pessoas que invocam a poesia.
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