sábado, 6 de outubro de 2012

TECITURA DE PALAVRAS



As palavras se perderam no vácuo
como se perdem os afetos mal cuidados
como se perdem os amores mal vividos
como se perdem os sonhos abandonados

As palavras se perderam no vácuo
e em seu lugar um vazio tamanho
sentimentos que não encontram expressão
onde o silêncio toma formas assustadoras

Onde estarão as palavras?
Palavras que não se mostram
omissas em sentires obscuros
perdidas em ternuras escondidas

Palavras difusas
Palavras cortantes
Palavras amáveis
Palavras indóceis

Palavras sentidas
Palavras confusas
Palavras vibrantes
Palavras profusas

Aguardo, nas entrelinhas adormecida
a palavra que de súbito me tome
e de mim se aposse com vontade
presa fácil em sua teia de veludo


Ianê Mello

(06.10.12)

5 comentários:

Beto Palaio disse...

Lindeza de poema aveludado...

Otelice disse...

Belo, Ianê, como tudo que vem de ti. Traduzi esse nosso tempo tão corredio, tão carente da palavra certa, de afeto e proximidade.Mas, em mim, entre uma distância e outra, dou-te palavras: admiração e profundo carinho.

Teresa Cristina disse...

Belo, aveludado! Beijos amiga, adorei!!

Adrianna Coelho disse...


parece que as palavras já se apossaram de vc...
melhor, vc se apossou delas,
onde quer que elas estejam.

beijos, Ianê

Anônimo disse...

Ianê,palavras as vezes não permitidas mas sentidas ,estas ficarão...
Lindo querida e doce poeta!
Graça