Cidade de Pedra
asfalto e pó
asfalto e pó
concretude inabalável
dos altos dos prédios
nas ruas esgotos fedem
calçadas de lixo humano
dos altos dos prédios
nas ruas esgotos fedem
calçadas de lixo humano
sobre papelões e jornais
corpos desabrigados
dormem anestesiados
embebidos em álcool
transeuntes passam
apressados e distraídos
já não há surpresa
nessa selva de concreto
a vida segue seu ritmo
não há tempo para sentir
corpos desabrigados
dormem anestesiados
embebidos em álcool
transeuntes passam
apressados e distraídos
já não há surpresa
nessa selva de concreto
a vida segue seu ritmo
não há tempo para sentir
a realidade é o asfalto quente
os carros parados nos sinais
os carros parados nos sinais
o menino a limpar para-brisas
a busca pela sobrevivência
não há lugar para o sonho
os dias correm iguais
e quando a noite avança
se faz a escuridão nas ruas
no silêncio o choro da criança
é o único som que se faz ouvir
lamento triste que embala a noite
na cidade de asfalto e pó.
Ianê Mello
(30.10.12)
*
os dias correm iguais
e quando a noite avança
se faz a escuridão nas ruas
no silêncio o choro da criança
é o único som que se faz ouvir
lamento triste que embala a noite
na cidade de asfalto e pó.
Ianê Mello
(30.10.12)
*
Pintura de autoria desconhecida
Música Incidental: Lady Jane- Olivia Byington
Um comentário:
Amiga Ianê, descreves com propriedade os labirintos das mazelas das cidades grandes.
Um abração. Tenhas um ótimo dia.
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