Vejo a moça na janela
Olhos negros e atentos
Seu olhar tudo observa
o que lá fora acontece
O menino a andar de bicicleta,
a mulher a ler sentada num banco de jardim,
o pipoqueiro vendendo pipoca,
a criançada a correr e a gritar
A moça de negros olhos,
através da janela
descortinava o mundo
e parecia lhe bastar
Dessa forma ela se sentia parte
desses acontecimentos
muito embora deles,
na verdade, não participasse
Essa moça de negros olhos
vivia a vida ao seu alcance
através da estreita janela
Ela via a vida passar
Esse era o seu mundo
até onde sua vista alcançava
Ninguém a reparava
tão imóvel ela ficava
A esquadria de madeira da janela,
da antiga casa em que morava,
emoldurava seu pálido rosto
como se fosse um quadro
pintado por artista talentoso
Era bela em seus finos traços
Cabelos negros e longos
Pele alva como a neve
e seus olhos....
ah, seus olhos...
negros como o mar profundo
Ianê Mello
6 comentários:
como diria alvares de azevedo: é ela, é ela, é ela... janela
A fundura dos negros olhos refletiam o que lá de fora via-se dentro: escuridão.
Boa...rsrsrs
Legal te ver por aqui.
Bjus
Felipe,
perfeito...
Beijos.
Os 'negrosolhos' fitavam luz... ;)
Francisco,
é interessnte como cada um vê sob uma perspectiva.
A sua é bem otimista...rsrsrs
:)
Tem desafio do Diálogos. Vai lá.
Beijos
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