"Tatear as formas, conceber amor com doçura e só encontrar espinhos, rosa murcha e desejo pálido. Tatear o barro, o mármore do mundo e abraçar vazio o oco do destino, aflição, vapor.
Ir à foz com sede e deparar com a lama revolvendo úmida a fonte, a água clara, sujando a jóia rara".
Camille Claudel
Camille Claudel
Muitos acham que versos devem ter
a doçura de um favo de mel
mas quanto doce um poema pode ser
numa vida que também amarga feito fel
Poema arrumadinho, tão certinho
que agrada os olhos de quem ler
e na ilusão só reconhece o carinho
enquanto o mundo agoniza no sofrer
Hipocrisia, ironia, desdém da dor
cada qual sabe de si o seu limite
cada qual sabe de si o seu limite
mas eu não faço versos sem ardor
eu faço versos para quem existe
verso na crueza dos amores
reconheço nas flores o espinho
não procuro esconder os dissabores
pois tudo faz parte do caminho
Ianê Mello
* Inspirado em Camille Claudel
reconheço nas flores o espinho
não procuro esconder os dissabores
pois tudo faz parte do caminho
Ianê Mello
* Inspirado em Camille Claudel
Escultura: L'Âge Mûr - A Idade Madura (Bronze)
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