"É preciso estar sempre embriagado. Para não sentirem o fardo incrível do tempo, que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia, ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se."
Quão profundos eram seus olhos
olhos de ver por dentro
olhos de ver o mundo
olhos que deambulavam
pelo lado sombrio e obscuro
da inquietude da alma
olhos que embaçavam-se
em tristezas e melancolias
em tristezas e melancolias
visão que se distorcia
em cálices de vinho derramados
na incessante busca de um conforto
em drogas que amortecessem toda a dor
a dor de estar vivo
a dor de sua própria existência
em cálices de vinho derramados
na incessante busca de um conforto
em drogas que amortecessem toda a dor
a dor de estar vivo
a dor de sua própria existência
em “paraísos artificiais” buscava
eximir-se de todas as agruras
da mediocridade existencial
barganha com a vida fez
eximir-se de todas as agruras
da mediocridade existencial
barganha com a vida fez
trocando os fugazes momentos
de alucinógina viagem
por uma vida de total dependência
e como tudo tem um preço
o que pagou foi bem alto
de alucinógina viagem
por uma vida de total dependência
e como tudo tem um preço
o que pagou foi bem alto
ao despertar da “viagem”
um patético ser se tornava
perdendo-se em chorosas tremedeiras
e numa profunda depressão
construiu assim sua própria ruína
e numa profunda depressão
construiu assim sua própria ruína
onde buscava o paraíso, o Nirvana,
a elevação espiritual
limitando sua passagem na Terras à uma satisfação efêmera e fugaz
a elevação espiritual
limitando sua passagem na Terras à uma satisfação efêmera e fugaz
até que fosse tarde por demais para livrar-se desse infortúnio.
Ianê Mello
Ianê Mello
** Música Incidental
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