Que visão será essa que assombra?
Certamente não é a visão do paraíso
ou o que dele se imagina
É a visão sombria da morte
que se anuncia em cada rua escura,
em cada beco ou ruela escondida
Sempre à espreita, a espera
Em prédios abandonados,
em cidades fantasmas
A morte chega de mansinho
como um afago disfarçada
e nos pega de surpresa
assim desavisados
E que poder temos contra ela?
Como um espectro assustador
em seus braços nos acolhe
como se nos confortar fosse
E o corpo se torna inerte
frio e insensível
Os olhos embaçados
já não podem ver
A boca seca e emudecida
já não respira vida
nem pronuncia palavras de perdão
Envolvidos pelo seu frio manto
seguimos rumo ao desconhecido
Ao mundo subterrâneo e escuro
de onde não veremos mais a luz do sol
Ianê Mello
Crédito de imagem: Felipe Carriço
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