domingo, 28 de agosto de 2011

O LOBO DA ESTEPE





Para Herman Hessse


Não faça barulhos surdos
ele dorme o sono dos covardes
não poderá lhe ouvir
enquanto  o vento sibila
acalentado nos sonhos
ele aquieta o lobo
que uiva dentro de si
fechados os olhos
animal contido
o pelo já acizentado
por anos vividos
o faro já enfraquecido
para odores mais suaves
os dentes não tão afiados
acostumado ao cativeiro
lá o lobo se esconde
pernas enfraquecidas
 para  as estepes íngremes
permanece solitário
num mundo que não é o seu
e quando a lua alta  no céu brilha
escuta-se, como um lamento, 
o seu profundo uivo de dor.


Ianê Mello




* Inspirado no livro o Lobo da Estepe de Herman Hesse.

Nenhum comentário: