sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

NO RESVALAR DAS HORAS





Tempo que se desintegra
na memória não mais persiste
fragmentos de lembranças
enganando nossos dias
nessa sina de ser triste 


relógios a se dissolver
em nossa mente fragmentada
velho tempo absoluto
de horas prontas
de horas estagnadas


Passa rente
passa reto
num lampejo
num piscar


e já se foi sem demora
deixando em nós
o desejo de viver
a vontade de ter mais


mas aquele momento vivido
já é passado num instante
e o futuro prometido
faz do tempo um viajante


e nós sorrimos sem jeito
e choramos de remorso
de nesse tempo não termos feito
metade do que queríamos
e num sentir imperfeito
nos perdemos em mais um dia.




Ianê Mello


*
Crédito de Imagem:  Salvador Dali " A Desintegração da Persistência da Memória"

2 comentários:

Vale Cruz disse...

Querida Ianê,
Adorei este seu poema. É expressivo e tem conteúdo.Parabéns.Bjinhos.Joaquim Vale Cruz

Ianê Mello disse...

Olá, amigo Joaquim, fico feliz por sua visita e comentário. Beijinhos.