domingo, 7 de agosto de 2016

ANÔNIMO URBANO


Do alto de minha janela
vejo as ruas e seus transeuntes
tão minúsculos vistos de cima
engolidos por uma espiral caótica
em seu ritmo louco e alucinado
tragados pela imensa selva urbana
anônimo que sou nesta engrenagem
entocado em meu pequeno latifúndio nas alturas
vivo um dia após o outro sem sobressaltos
impassivo eu sigo sem expectativas
e na lentidão das horas me perco
protegido da convivência humana
isolado em minha própria solidão


(06.08.16)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

DESGOVERNADA



Esperas infindas
gestos perdidos
abraços guardados

êxtases fugazes
palavras desditas
irreal paisagem

em terras estranhas
em mares bravios
perdido em tempestades

Ah, o amor...
esse animal indomável
simplesmente me leva

Pra onde
não sei...


Ianê Mello.
(06.01.16)