terça-feira, 30 de novembro de 2010

Freedom to love




Basta um gesto
uma palavra mal dita
um tom impreciso
O amor é frágil...

Sabe, a dor
pode fazer estrago
quanto mais sofrido
o coração
for...

Amar não é posse
não é possuir o ser amado
Amar não é controle
não é coação

O amor é livre
e assim se revela
em flores e perfumes
em cores e sons

Deixe o amor amar
Deixe-o livre para amar
Assim, terás o amor
que tanto queres.




Ianê Mello

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Sangrar Poético


Pintura: Boy Viewing Mt. Fuji (1830) – Katsushika Hokusai


Sozinha em meu quarto
as palavras fluem
Um rio de sangue
que escorre quente
em minhas veias
e se derrama no papel
tingindo-o de vermelho-sangue

"Todo escritor precisa de paz para sangrar"
pois nesse momento ele se volta para si mesmo
Absorto em seus pensamentos,
em completo e absoluto silêncio,
ouve as batidas do próprio coração

Suas emoções afloram
Pode ouvir o grito de suas próprias dores,
seus devaneios, suas perdas, seus amores
seus conflitos, suas ilusões
Ele se percebe unicamente humano
Sua solidão se faz sentir
sem as interferências externas
que distraem a mente
e, por vezes, embotam os sentimentos

Nesse profundo encontro consigo mesmo
ele se descobre frágil, só, imperfeito
Caem as máscaras do dia a dia
Agora, é seu verdadeiro rosto que vê no espelho
e se sente nu, desprovido de qualquer proteção
e a ferida, então aberta... sangra.





Iane Mello

VERTIGEM



Tantas perdas
Tantos danos
Perdas danos
Desenganos
Quantos
Tantos
Cai o pano
Cai a máscara
Cai ...

Tudo cai
Na penumbra
que se esvai
E eu
vertigem
que vai
bem longe
vai
e um dia
repentinamente
.
.
.

CAI.


Ianê Mello

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

POEMA COM AIS





                                                             


          Pintura de Henry Miller                                

terça-feira, 16 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Partida




você se foi...

e com você a luz do dia

deixou seu rastro

seu lastro

caminho de luz

na casa

um cheiro de hortelã

ainda perfuma o ar

com sua presença doce

você se foi, assim...

como se fosse

um barqueiro em alto mar

jurando não me deixar



Ianê  Mello

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Perdida numa noite escura




A noite entorna seus temores 
no corpo que vagueia a esmo
Onde estou?
Para onde vou?
O medo da noite me consome 
Olho a volta e é tudo escuridão
As ruas desertas, sem viva alma
Mas você me acompanha
Dentro de mim sinto brotar
uma semente que desperta
na noite deserta e sombria

Palavras que brotam e pulsam
ganhando vida própria dentro de mim
Quero escrevê-las no papel
Não possso, tenho que seguir
encontrar o caminho de casa
Estou perdida e só
mas você me acompanha...
Em cada passo, em cada esquina, 
em cada estrela no céu a brilhar

Sinto medo e coragem
Ousadia em desvendar o novo
Penetrar nessa escuridão sem fim
Em desertos de mim...
Na ponte sobre a rua, ali sim
há pessoas que transitam e se cruzam
Os carros passam como pirilampos
iluminando a escura avenida
Olho patra baixo e os vejo em velocidade
Pessoas indo para suas casas e eu perdida

Onde está minha casa, meu ninho, meu refúgio?
Mas dentro de mim você me acompanha
Me segue e me guia em meus medos
mais secretos e incofessáveis
Mas não me mostra o caminho
é minha tarefa descobrí-lo
e não desisto pois sou brava

Caminhante da vida
sei que o caminho se faz ao andar
e prossigo minha busca com persistência
Aprendo e apreendo a cada passo 
que a vida é isso, esse ir e vir,
esse pulsar, essa expansão e contração
Entre perdas e ganhos, a evolução, 
esse encontro que se dá quando se perde


Ianê Mello

O DESPERTAR




IN
NI
A

Amanhece...

Esplêndido
brilho
do sol
por entre 
as nuvens
brancas
de algodão

Pássaros
entoam
belos
cantos
Posso
ouvi-los
e sentir
a brisa 
fresca
de um
novo dia

Em mim
esperança
brota
como
semente
em 
terra fértil

A
MA
NHE
CE

EM MIM...


Ianê Mello

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O POEMA



Poema
quando surges
urges urgências
imediatas
és apressado e deslizas
em palavras
que escorrem
no papel
Inexatamente exato
és perfeito
imperfeito sendo
pois que de pouco
muito se torna
e do muito
faz-se um nada

Poema
és alma lavada
purificada em pranto
Poema és sujo
nas palavras coloridas
em sangue
nas quais te embriagas
e te deleitas

Poema
és rarefeito
quando ar te falta
e te perdes no vazio
Poema 
és sombrio
quando turvado na dor
te banhas em lágrimas

Poema
simplesmente és
a turbulência do momento
em que aconteces
ou a calmaria 
de que por ventura padeces

Poema
simplesmente és
tempo e memória



Ianê Mello