Não, eu
não posso, não quero e não vou me calar!
Precisamos fazer ecoar as vozes das minorias, dos enjeitados, dos
discriminados, dos subjugados, dos sacrificados em nome de um suposto
progresso. Camuflar a realidade que vivemos em nosso país é o papel que tem
assumido as autoridades governamentais.
Temos que bradar contra essa atitude covarde e tendenciosa dos que detêm o
poder, que só demonstram, a cada ação, lutar por seus próprios interesses, e
não em prol do nosso povo.
Não, não podemos e não devemos nos calar! Precisamos tocar nas
"feridas" da nossa sociedade. As mazelas não existem para serem
escondidas debaixo do tapete, para que os turistas não as vejam e para que o
cidadão brasileiro mais abastado não seja forçado a conviver com elas, mas sim
consideradas e avaliadas com humanidade, procurando-se formas de resolvê-las.
Não vamos nos omitir e nos calar frente as atrocidades cometidas contra a nossa
população, índios e moradores de rua. Todos somos cidadãos e temos os mesmos direitos.
Há
que se respeitar os direitos dos cidadãos, independentemente de crença,
condição social, cultura, etnia ou opção sexual. A população de rua não pode
ser excluída como se fosse um estorvo, um entulho, sendo removida e alojada em
abrigos com problemas de superlotação e insalubridade, além da presença de
pacientes psiquiátricos sem atendimento adequado. São seres humanos, cidadãos
como nós, com seus direitos usurpados, que passam privações da pior espécie.
Há
que se respeitar os índios em suas justas reivindicações, dando-lhes condições
de moradia e respeitando a sua cultura e não tratado-os com total
desconsideração e desumanidade como se fossem bandidos que precisam ser punidos,
apenas por terem uma cultura e necessidades diferentes do homem branco.
Não
se descarta seres humanos como se fossem lixo, varrendo-os para debaixo do
tapete, com a clara intenção de escamotear uma triste realidade em que se
encontra o nosso país, ignorando as reais necessidades dessas classes
sacrificadas que, em manifestações pacíficas clamam por justiça social com a
única arma que possuem: a palavra.
Há
pessoas que se surpreendem e perguntam: Mas o que eu posso fazer?
Ora,
meus amigos, o mínimo que podemos fazer é juntarmos nossas vozes a esses que
clamam e em uníssono, manifestarmos através de palavras e atos, o nosso repúdio
a tais medidas. Participando de manifestações públicas, utilizando os locais a
que temos acesso para mostrar nossa indignação: a internet, o facebook e outros
meios de que possamos dispor. Isso é fazer a nossa parte, mostrando nossa
indignação e solidariedade. Não vamos simplesmente cruzar os braços e nos
omitir, pois estaremos compactuando com tais atitudes. Não esqueçamos nunca que
poderíamos estar no lugar dessas pessoas.
Acorda Brasil!!!
Pelos direitos
humanos!!!
Por uma sociedade mais justa!!!
Ianê Mello
(14.04.13)