A rudeza contínua da espera
encanta a proximidade do encontro
tal qual a brisa pura e fresca
alivia o ardor intenso do verão
em pequenas doses de desassossego
ensaio meu pranto e desvario
e em notas dissonantes e dispersas
perco o prumo e o rumo da canção
em si bemóis e dós descontrolados
acordes impossíveis, inalcançáveis
ensurdecem ouvidos moucos
em rasgos de lucidez e desatinos
e a vida num lampejo se avizinha
como o silêncio que escapa da morte
em corpos doloridos em abandonos
em almas já perdidas pelo desencanto
Ianê Mello
(16.02.15)
*Arte de Margarida Cêpeda
Um comentário:
Amiga Ianê, bom te encontrar novamente, aqui na blogsfera, e apreciar teu poema com a qualidade de sempre.
Um abraço. Tenhas uma linda 4ª feira.
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