sábado, 26 de setembro de 2009

Cão sem dono


A cada novo encontro
me perco
nas esquinas sombrias
nos desvãos
nas casas vazias
E fora de mim
me vejo
sensível, frágil
fugidia
como um cão sem dono
com a coleira ainda envolta
em seu pescoço magro
Assim me sinto
acuada, perdida
como quem fareja
o chão sujo de lama
sem tato, sem rumo
sem vida
um fardo
sem prumo
Me entrego

Ianê Mello

Um comentário:

Fred Matos disse...

Cão sem dono é uma imagem poderosa.
Gostei do poema.
Beijos