sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PRIMEIRO ATO

Pintura de Rene Magritte


Têmpora
            nua
           crua
           cruel
                  fria


Tempo
  esquivo
     cativo
           volátil
                   ilimitado


Na têmpora desvanecida
Nua tez de emoções
Crua como estopa
Cruel ao envelhecer
Fria em impressões


No tempo que vaga
Esquivo que escapa
Volátil como o ar
Ilimitado em sua finitude


Seca o ar o suor
da tez fria e nua
No tempo que se faz
cativo em agoras
No ar que escapa
em profundos ais
em noites mal dormidas


Na crueza das horas
um grito atento
no delimitar as linhas
que no rosto se apegam


É chegada a hora
nos minutos sem perdão


Cai o pano


...


finda o ato



Ianê Mello

6 comentários:

Lídia Borges disse...

O tempo na sua constante viagem de encontro ao cair do pano.

Lindo o poema com uma cadência viva imprimida pela escolha das palavras certas.

L.B.

Hugo de Oliveira disse...

Bonito ato.

Te desejo um ótimo final de semana, muita paz, saúde e sucesso.

abraços

Ianê Mello disse...

Bom vê-la por aqui, Lidia!

A finitude do tempo...

Grande beijo.

Ianê Mello disse...

HSLO,

obrigada pela presença.
Bom final de semanana para você também.

Abraço.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Waw! Intenso... pulsando e reverberando ainda aqui...

Ianê Mello disse...

Obrigada, Francisco.

Bem vindo.