sábado, 3 de dezembro de 2011

EFEMERIDADE





No transpassar das horas
minutos infindos
segundos infinitesimais
no escoar das horas
ponteiros que se desmancham
em relógios imaginários, dalilescos
relógios que se derretem
na efemeridade do tempo
em sua completa relatividade
tempo que escorre
tempo que morre
tempo, tempo, tempo
no diluir das horas
no correr dos dias
onde nos perdemos
a eternidade dura um único instante
nos pequenos momentos vividos
e naqueles que deixamos de viver.




Ianê Mello




Crédito de imagem: Pintura de Salvador Dali


6 comentários:

Andrea de Godoy Neto disse...

somos todos efêmeros envoltos na ilusão de que a vida abarca o tempo e não o contrário...
mas também somos eternos nestes ínfimos momentos que nos permitimos VIVER.

belo e profundo poema!

sempre gosto de passar por aqui.
um abraço

Ianê Mello disse...

Boa leitura, querida. Agradeço sua visita. Grande beijo e volte sempre.

Lídia Borges disse...

O tempo é uma criação do homem para que saibamos amar a vida.

Linda a música.

L.B.

Dilmar Gomes disse...

Amiga Ianê, é bom contatar três talentos a um tempo: a referência a Salvador Dali, a leitura do teu poema e a fruição de Maria Bethania. E, por falar em Maria Bethania, ela é divina, acho que quando os anjos ficam tristes, eles ouvem Maria Bethania para se alegrarem!
Ah, quando eu leio os teus poemas, fico feliz com a beleza que neles encontro.
Um grande abraço. Tenhas uma linda tarde.

Ianê Mello disse...

Sim, Lidia, com certeza.
Bjs e obrigada pela visita.

Ianê Mello disse...

Ah, sempre presente, amigo Dilmar! Que bom tê-lo aqui apreciando meu trabalho.Obrigada por todo incentivo.
Fico muito feliz em saber que te trago essa alegria através dos meus poemas.
Abraço imenso e uma tarde maravilhosa para você.