Sobre o peito o infinito vago
costurado em linhas finas de seda
tecelã aprendiz no ofício
com vagar minhas mãos tecem,
fio a fio,
cautelosas, mas precisas
Se o ponto erro
não desencanto
apenas o desfaço e
novamente busco o passo,
novamente busco o passo,
o compasso, o ritmo
Tecendo, tecendo, tecendo
ritmados movimentos
nos pentes do tear
para frente
para trás
para frente
para trás
A trama da vida
Tecendo, tecendo, tecendo
ritmados movimentos
nos pentes do tear
para frente
para trás
para frente
para trás
A trama da vida
nos fios
a teia de ilusões
nas mãos que se entrelaçam
a teia de ilusões
nas mãos que se entrelaçam
ponto a ponto
Com afinco, com dedicação
Com afinco, com dedicação
Construindo a trama como fiandeira,
delicadamente, como se fosse a última
como se fosse apenas a primeira.
Ianê Mello
(2010/2013)
*
(2010/2013)
*
Fotografia
do espetáculo “A Tecelã”.
9 comentários:
Olá amiga
Me lembrei das mulheres de Atenas, que teciam de desmanchavam longas colchas, até os maridos voltarem das guerras.
Beijos
Wanderley,
boa lembrança, amigo.
Lembra de Penélope, também, que ficava à espera de Ulisses?
Grande beijo.
confesso que estou completamente entorpecida pelas palavras deste teu poema..
de uma sutileza e precisão tamanhas.
parabéns!!
bjs..
Solange,
Fico muito feliz que tenha te sensibilizado dessa forma.
Obrigada pelo comentário.
Bjs.
Pontos que se cruzam numa manta de coincidências.
Belo, Felipe!
Bejo.
Ianê,
Tecer, escrever, viver: é somo tocar um instrumento.
É isso.
Beijo.
Marcelo,
saber os acordes para o momento exato.
Utilizar o aprendizado do Jazz também é importante: o improviso.
:)
Beijos.
belo poema, bela imagem! muito grata!!
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