terça-feira, 6 de julho de 2010

Frida Kahlo




Frida Kahlo (1907-1954) é a autora de tantas obras fantásticas, quase tão fantásticas como história da sua vida. Uma vida cheia de paixão, tragédia,
amor, ódio, dor e felicidade. 
Quero aqui falar desta grande mulher e artista ,  corajosa e de rara fibra, além de um talento surpreendente.
Para me fazer entender, preciso falar um pouco de sua vida.
Aos seis anos contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando o ônibus em que passeava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu múltiplas fraturas, pois uma barra de ferro atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste acidente fez várias cirurgias e ficou muito tempo presa numa cama. Era acometida de dores lancinantes.
Quando lhe tomada a vida naquilo que mais prezava, sua inteira liberdade, seu poder de ir e vir pelas suas próprias pernas, ela buscou maneiras de superar essa dor.

Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua cama.

Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor". 

Pintava suas angústias, suas vivências, seus medos e qundo casada, seu amor pelo marido Diego Rivera. 

Frida definia o Surrelismo de forma bastante própria:

"Surrealismo é a surpresa mágica de encontrar um leão num guarda-roupa, onde tínhamos a certeza que encontraríamos camisas."
                                                                         
À você uma homenegem


Fulgurante criatura
de extrema vivacidade no olhar
Seus pés pareciam asas
sempre prontos pra voar
Quando era uma menina
sua alegria contagiante
enternecia o olhar,
andando sempre saltitante
com  o mundo a girar

Audaz para uma mulher,
por vezes até ferina,
mas de encantadora ternura
com um jeito de menina
Não disfarçava desejos
e opções sexuais diversas
Sem temer os julgamentos
agia por conta e risco
sem se preocupar com os parâmentos
de um falso puritanismo.
Sempre com intensidade viveu
da vida extraindo o sumo
até o dia em que morreu.
Muitos amantes passaram
por sua curta e sofrida vida
Muitos a admiraram
e outros tantos a invejaram
Mas apenas um ela amou
e por ele foi amada
Era famoso pintor
por ela admirado
Mas grande conquistador
e além de tudo casado
Homem sedutor e carinhoso
a fez sentir-se uma mulher
perfeita como qualquer outra
sem um defeito sequer
Mas tal homem, esse Diego,
defeito grave lhe revelou
Apesar de tanto amá-la
não sabia ser fiel
e queria desposá-la
Ela concordou, talvez
pensando que com seu amor
o libertaria de vez
dessa falta de pudor
Cometeu assim um engano
e tal não aconteceu
e num breve desengano
o seu amor feneceu
Sempre lidando com a dor
que constante a acometia
entregou-se, mais e mais,
ao seu amor pela pintura
Em seus quadros retratava
sua vida, suas desventuras, seu sofrimento
Em tudo o que pintava
tinha em si mesma o centro
E assim, levou sua  curta vida
Vivida intensamente, com paixão
E curou  a dor  e  a ferida
com as tintas da ilusão.


Ianê Mello






6 comentários:

Jairo Cerqueira disse...

Sem palavras.
Vlw!
http://www.youtube.com/watch?v=5lQoLom6m2E
Essa interpretação realmente 'me droga'.

Ana Lucia Franco disse...

Ianê, grande homenagem à Frida. Percorres a biografia dela em versos desenvoltos e cintilantes.

bjs.

Anônimo disse...

O poema ficou muito bom, Ianê.
Amo Frida Kahlo, acho ela sensacional, incrível. Já ilustrei vários poemas meus com telas dela. Uma grande mulher, sem dúvida, que sofreu muito com problemas físicos e amorosos, e passou tudo isso em sua arte.

Parabéns pela homenagem.
Beijos.

Ianê Mello disse...

Obrigada, amigos, pelas palavras sempre gentis.
Com meu carinho e um beijo.

meus instantes e momentos disse...

que bom teu blog.
Que bom vir aqui.
Maurizio

Ianê Mello disse...

Mariuzio,

que bom, seja bem-vindo, amigo.