sábado, 10 de julho de 2010

Valquíria


 


Sinto a rudeza das rochas
em minha pele branca
onde ficam marcas de arranhões
Ralo a pele fina e sinto a dor sangrar

Masoquismo é o que sinto?
Responda você que é esperto
Você que passa pela vida sem arranhões
Boneco de pano rústico é o que é

Sou humana, reconheço a dor
Sinto a dor e não a temo
Como se fugir fosse evitá-la
Ela está à espreita e zás....

Carrego ela comigo sem medo
Não nego que tira meu sossego
Minha paz e contentamento
de  um viver mais livre e feliz

Mas o que fazer se ela aqui está
Deixo-a ficar e sinto seu propósito
Deixo que percorra minhas lágrimas
com seus dedos de vidro

A dor é milenar e sempre existirá
Seus olhos são de aço que cortam meu olhar
Cegando-me momentaneamente
Mas minha visão irá voltar

Sou guerreira, de espada em punho
Sou valquíria em meu cavalo
Sou dona de mim, a mim pertenço
Não fujo do combate enquanto viver.







Ianê Mello



Curiosidade:

Na mitologia nórdica, as valquírias eram deidades menores, servas de Odin. O termo deriva do nórdico antigo valkyrja (em tradução literal significa "as que escolhem os que vão morrer").
As valquírias eram belas jovens mulheres que montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros, os mais bravos, recém-abatidos entrariam no Valhala. Elas o faziam por ordem e benefício de Odin, que precisava de muitos guerreiros corajosos para a batalha vindoura do Ragnarok.
As valquírias cavalgavam nos céus com armaduras brilhantes e ajudavam a determinar o vitorioso das batalhas e o curso das guerras. Elas também serviam a Odin como mensageiras e quando cavalgavam como tais, suas armaduras faiscavam causando o estranho fenômeno atmosférico chamado de Aurora Boreal.

Fonte: Wikipédia

9 comentários:

IVANCEZAR disse...

Ianê:
Vou me desdobrando em vários , e aos pedaços, atendo a tantas e tantas demandas , que quase nem sobra muito tempo para produzir. Se observares minhas postagens estão cada vez mais equidistantes ... enfim, é a luta !
Belíssimo teu post- eu te diria que a dor é como o sal - nem só de açucar se vive ....
Parabéns pelo post !
Beijos do sul , parceira !!

Sol disse...

Ianê,,
como vc consegue definir com perfeição sentimentos, história, e principalmente, fazer com que nos idenfiquemos com algumas linhas dos teus poemas..
bjs.Sol

Ianê Mello disse...

Ivan,

te compreendo perfeitamente.
Quase não tenho tido tempo para visitar os blogs, nem mesmos os dos mais chegados.
Não é cobrança, tá?
É só saudade do amigo e parceiro.

"...a dor é como o sal - nem só de açucar se vive..."

Abraço forte.

Gostei, dá poesia...rsrsrs

Ianê Mello disse...

Sol,

você me emociona, querida.

Bj no coração.

Úrsula Avner disse...

Olá minha cara

a dor é mesmo companheira das pessoas sensíveis como as que poetizam. A dor nos conduz ao auto-conhecimento e nos faz mais fortes quando sabemos vivenciá-la e aprender com ela. Que nossas dores sejam vividas, porém, não nos domine ao ponto de nos aniquilar... Bj e obrigada pelo carinho em minhas páginas.

Úrsula

Ianê Mello disse...

Ursula,

é um prazer recebê-la aqui com belas palavras.
Volte sempre.

Grande bj.

Jairo Cerqueira disse...

Um poema para deixar Richard Wagner boquiaberto.
Que as Valquírias nunca deixem de cavalgar nos campos honíricos da arte farte da nossa imagem poética.
Muuuito booooooom. rsrs

Jairo Cerqueira disse...

Ops!!! "Arte farta"

Ianê Mello disse...

Obrigda, Jairo.

Bjs.