domingo, 13 de dezembro de 2009

Vazio da Ausência





Sinto em mim
A dor do parto
Das entranhas do meu ser
Em várias me reparto
Sou uma e sou várias
Fria e nua
Na escura noite
Vazia e sem vozes
O silêncio
Lúgubre e atroz
Faz calar a minha voz
As dores da alma
Fazem-me sentir
Nas lágrimas que brotam
Da face escondida pelo tempo
Solidão como um lamento
No tempo que urge
Rugido do vento
A despertar desejos
Contidos nos recônditos
Do corpo que se fecha
Alma em ebulição
Torrente de amor e paixão
Busca incessante do equilíbrio
Abismo de ilusões
Que inquieta a paz
Que enternece os corações
E sua presença se desfaz
No vazio que me traz
Na ausência das horas
Que escoam de minhas mãos
Perdidas e vazias
Repletas de um nada
Quando deveria a tudo conter
Alento ao meu viver
E assim o tempo passa
Sem a sua presença
E no vazio da ausência
Me perco e me acho.


Ianê Mello



Em homenagem à essa doce amiga Lara, aqui publico os versos que fez para mim a partir da leitura deste poema:


Quando um pedaço te arrancam
é o momento em que evitas
encarar-te a ti mesmo, pois
será a hora em que verás
tua face mais sincera, serás
liberta do punho invasivo
que confrontaram contra
o teu estômago vazio.

http://averdadesobreanostalgia.blogspot.com/

12 comentários:

Marcelo Mayer disse...

isto é se sentir completa pelos próprio méritos!

Lara Amaral disse...

Quando um pedaço te arrancam
é o momento em que evitas
encarar-te a ti mesmo, pois
será a hora em que verás
tua face mais sincera, serás
liberta do punho invasivo
que confrontaram contra
o teu estômago vazio.

Versos para ti a partir do seu, só uma pequenina referência que fiz humildemente.

Beijos.

Marcelo Novaes disse...

Ianê,




Efervescente esta alma...




Beijos, amiga.








Marcelo.

Ianê Mello disse...

Marcelo Mayer

É uma reconstrução de mim mesma.

Obrigada pela presença.

Beijos.

Ianê Mello disse...

Lara,


adorei a sua complemetação ao meu poema.

Vou publicá-la junto à ele, ok?

Retribuindo-lhe a carinhosa homenagem.

Beijos, querida.

Ianê Mello disse...

Marcelo Novaes

De fato, é como ela é em alguns momentos.


Beijos, amigo.

:)

Sr do Vale disse...

Ianê, um nome diferente, incomum.
Uma linda mulher, que gosta de coisas as quais nos aprofundamos.

abraços.

Ianê Mello disse...

Sr do Vale

Obrigada pela sua visita e comentário.

Seja bem vindo.

Abraços.

Elaine Barnes disse...

Tem momentos em que entrar na realidade tem a dor de um parto mesmo. Entrar em contato com o vazio parece triste,mas, em outro momento vamos perceber que é preciso esvaziar para preencher com o "novo". Belíssimo poema e vai de encontro ao que todos nós sentimos em algum momento da nossa estrada.Falando em seu nome como o amigocomentou. Tenho uma sobrinha que tem parecido com o seu. Chama-se Ynaêh.É tão inteligente e bonita como vc. bjão

Ianê Mello disse...

Elaine,

esse poema fala de sentimentos comuns a todos nós.

Com certeza, é preciso "esvaziar para preencher com o novo", como você bem sintetizou.

Quanto ao meu nome é de origem indígena, Tupi-guarani e significa : minha e tua, de nós dois.

Obrigada pelo seu carinho.

Beijão.

Lara Amaral disse...

Nossa, Ianê. Que honra me deu publicando-me aqui ao seu lado.

Muito obrigada, deixou-me muito feliz.

Beijos! =D

Ianê Mello disse...

Doce Lara,

a honra é toda minha.

Eu fico muito feliz com sua presença e carinho, também, é recíproco.

Grande beijo.